Achado não é roubado
E foram apenas dois cocos e
algumas bananas, mas a polícia o pegou como se fosse assaltante de banco.
Foi parar atrás das grades sem
direito a advogado.
Os dias passavam e ele só queria
explicar para sua mãe o porquê não havia voltado com o pão. Ele havia perdido o
dinheiro e enquanto o procurava avistou a casa com um coqueiro tombado e
bananas no chão da rua.
O cão deu o alarde e a dona da
casa já havia chamado a polícia, tudo foi tão rápido. De dentro da viatura, ele
pensava como poderia ser crime pegar frutas no chão, poderia pedir perdão.
Ao segurar as grades, lembrava-se
de seus dias na escola, eram tão bons. Não faltava para não perder a comida e
também para fazer o dever com capricho, prestava muita atenção à professora.
Prometia para sua mãe que iria se formar ...um dia.
Era educado. Aos guardas dizia: “-
por favor” e ao entregador de marmitas
“ - brigado”.
Certo dia, chegaram à delegacia
duas velhinhas, uma branca e uma negra. A branca reclamava com a polícia que o
ladrão continuava pulando seu muro e furtando seus cocos, bananas e pertences. A negra pedia informações sobre seu filho desaparecido.
O delegado que era um homem
justo, entendeu que houve um equívoco. Mostrou o tal “ladrão” para a dona
branca, que logo desfez o engano, aquele rapaz não era o moleque que invadia sua
casa.
Ao olhar para a entrada da
delegacia, viu sua mãe na sala, a velhinha negra, e se emocionou. O rapaz
chorou, ele era inocente.
O delegado o soltou com muitos
pedidos de desculpas, ele aceitou e saiu explicando o acontecido para sua
mãe.
Naquele dia, ele resolveu voltar
para a escola, sabia muito bem que achado não é roubado. Graças a Deus, tudo
foi solucionado e agora ele tem um sonho: se tornar um advogado.
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