Uma homenagem ao
meu tio Carlos
Lembro-me de como
meu coração inflava-se
de carinho quando o via conversando na padaria. De como ele equilibrava o seu cigarro no canto da boca malabaristicamente, rindo, contando causos, filosofando.
de carinho quando o via conversando na padaria. De como ele equilibrava o seu cigarro no canto da boca malabaristicamente, rindo, contando causos, filosofando.
Quando me via entrar
no recinto, aproximava-se para pagar minhas compras e era aí que me arrependia
do excesso de guloseimas. Só retirava o cigarro do canto para dar beijinhos
espalhando fagulhas brilhantes para todos os lados em um abraço apertaaado.
Muitas vezes, quando
o via distraído com o padeiro, passava escondida por trás do balcão para pagar comprinhas
com minha mesada, de nada valia o meu gesto honesto e desinteressado, pois a
atendente me alertava: - seu tio disse que você, aqui, não paga.
Não conheci meu avô
materno, outro Carlos, mas soube o que dizia sobre o genro: - Êta! Português
exagerado!
Ele foi muito
querido. Quanta saudade de meu tio com seu cigarrinho que nunca caía do canto
da boca.
Milena, você me fez fazer, em segundos, uma viagem no tempo, em aproximadamente 40 anos, quando você ainda era bem pequena. E pude, fazendo esta volta ao passado, lembrar com muito carinho e emoção do seu tio Carlos, meu pai. Grato pela homenagem. Beijo
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